quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Diferentemente...

da maioria dos blogs (ou pelo menos dos que eu já visitei), eu não costumo escrever textos típicos de amor, sentimentos, sofrimentos e desilusões amorosas. Posto frases famosas e pequenos parágrafos sobre pessoas importantes na minha vida, mas prefiro escrever histórias. Daquelas que só vimos em livros que a maioria dos jovens julga serem cansativos e pouco proveitosos. Mas eles são os melhores. A literatura clássica brasileira é incrível. Inicialmente, admito também considerá-los confusos, mas à medida em que passo as páginas, a história é capaz de envolver-me por inteiro. Obviamente, as minhas poucas linhas de texto não chegam aos pés das grandes e belíssimas obras de Graciliano Ramos ou José de Alencar, mas sempre me baseio nas suas formas de escrever e crio os meus personagens, minhas histórias e o mais importante de todos: o meu pensamento. 

Onde Tudo Começa

Sempre quis conhecer as praias de Copacabana, andar pelo calçadão e tocar a areia branca que cerca aquela imensidão azul, que nos meus sonhos parecem turquesa. Mas sabia que seria impossível. Eu estava no norte, no topo da cidade, cercado por favelas, sujeira, pobreza, fome, injustiças, álcool, e sentia que era esse o meu mundo, por mais que eu negasse, tentasse fugir, eu pertencia àquele lugar. Já a minha esperança se encontrava no sul, aquela maresia que me transmitia tranqüilidade. Passando por lá, carros luxuosos, que mal via na televisão, roupas que custariam o preço da minha casa. Aquela gente que despreza, humilha e se sente superior. Mas realmente são. Eles são melhores do que nós.

E eu aqui, deitado numa cama, sem conseguir fechar os olhos. A minha irmã, Lúcia, ao meu lado, já dormindo. O meu meio-irmão, Pedro, chora de fome. O meu padrasto, dormindo em frente ao jornal, e a minha mãe passando roupas. O calor transmitido pelo ferro em suas mãos se torna insuportável. Então, ela se aproxima, eu finjo estar dormindo. Deixa uma nota verde para o lanche de mais tarde, e sai, com uma trouxa na cabeça, bambeando pelas escadas.

O alcoólatra da casa, Luiz, que infelizmente é o meu padrasto, acorda irritado. Quando está assim, eu já sei o que quer. Bebida. Pega a minha nota verde e sai. Sinto que nessa tarde passaremos fome de novo. Então ele chega, encharcado, com uma garrafa na mão. É impressionante como consegue vira-la na garganta, beber tudo em um único gole.

Insaciável, me coloca como engraxate e obriga a minha irmã a varrer a casa. Consigo algumas moedas e compro um pão, que será repartido em três. Para mim, a Lúcia e o Pedro. Por sorte, ainda resta algum troco. Guardo-o nos bolsos.

Sentindo o cheiro do dinheiro, o meu padrasto toma-me as moedas e novamente, bebe. Não suporto mais tudo isso, é difícil aceitar um absurdo com este, que se repete todos os dias, calado, imóvel. Tenho sangue correndo nas veias, que ferve ao ver aquele homem enorme, com barba por fazer, olhando-me como se fosse devorar-me. E eu, uma pressa fácil para suas agressões.

Deixo aquele barraco, deixo tudo para trás. Eu quero recomeçar, e do zero, no lugar onde sempre sonhei: A minha praia. É, por que agora ela pertencerá a mim também. Sigo descalço pelas ruas, meus pés queimam no asfalto, mas consigo chegar. O dia já está no fim, não tenho mais forças para manter-me firme. Caio, deito naquela areia branca dos meus sonhos, e adormeço.

Quando acordo, parece-me que já passam das 10 da manhã, por que o dia está ensolarado e um vendedor de picolé quase me atropela com seu carrinho. A praia começa a encher de pessoas. E então, lembro-me que hoje é sábado. Estou com a minha caixa de engraxate e começo a oferecer meus serviços aos doutores que por ali passam. Alguns aceitam, outros torcem o nariz e ignoram-me. Consigo algumas moedas e como alguma besteira.

Os meus dias foram assim, nessa mesma sincronia, numa espécie de rotina. Sentia-me só, achava-me num imenso vazio, lembrava do aconchego da minha família e pensava em voltar, mas em seguida vinham as péssimas memórias do Luiz, e desistia da ideia. Não demorou muito tempo até que encontrasse meninos como eu. E começamos a andar em grupos. Tinha conhecido a minha tribo, os meus semelhantes.

Mas o que eu não sabia é que, depois dos bicos que fazíamos, os meus colegas trocavam suas moedas por pacotes de pó, e não por um prato de feijão. Eles cheiravam aquilo, e suspiravam felizes. Eu não entendia. Ofereceram-me e aceitei. Parecia bom, por que não experimentar?

No início, tive estranhas sensações e calafrios subiam-me pelo corpo, senti náuseas, mas depois uma imensa sensação de euforia. Uma vontade rir, não sei por quê, e nem do que. Agora, as minhas moedas também começaram a ser trocadas pelo pó que mais tarde descobri que se chamava cocaína.

Só que, repentinamente, a minha “fórmula da felicidade” pareceu insuficiente. Era preciso mais. Então, começamos todos a cometer pequenos furtos, e ficamos conhecidos como “batedores de carteira”.  Experimentamos coisas novas, cigarros, bebidas, e a pior de todas as drogas: o crack.

Não me dava mais o trabalho de engraxar sapatos, assaltar bolsos volumosos, com carteiras, daquelas de couro, nobres, era menos trabalhoso e rendia mais. Fumávamos todos os dias. Uma única hora parado me trazia imenso desgosto, abstinência que me corroia as entranhas, matando-me aos poucos.

Então, o que eu consumia em um dia já não era suficiente. Carteiras não eram capazes de sustentar-me. Precisava de mais. Planejei um roubo, dos “grandes”, de um carro. Tremia só de pensar nas conseqüências. Estar preso era torturante, mas estar longe das drogas parecia-me ser o fim. Fui ao estacionamento, Tudo estava arquitetado. Levei o carro para longe, mas nunca imaginaria que poderia ser rastreado. E acabei sendo.

Não tinha condições psicológicas de permanecer numa prisão, e hoje, estou a mais de um ano em uma clínica de reabilitação. Já tentei várias fugas, voltei ao vício, e não acredito que sou capaz de abandoná-lo.

Agora, encontro-me deitado, na mesma clínica que entrei há um ano carregado com camisa de força. Daqui algumas horas, serei levado ao hospital, mas não tenho ideia do que será feito comigo. Escrevo essas palavras por que sinto que serão as últimas da minha vida, para alertar aos jovens que jamais consumam qualquer tipo de droga, por mais “leve” que seja. O vício é um caminho sem volta, e eu não sei mais por onde andar.



Por: Ana Victória Boa Sorte

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Detestava acordar tarde. Coloco o cabelo atrás da orelha sempre que estou nervosa. Não rôo unhas e não gosto que façam isso perto de mim. Não tenho paciência com pessoas insistentes. Passo o dia todo dormindo, sempre que posso. Não gosto de sair com pessoas que não me sinto bem. Faço muitas coisas as quais não tenho vontade por obrigação. Amo a minha família, especialmente meus irmãos. Adoro chocolate, mas me sinto péssima depois que como. Não bebia refrigerante há 10 meses. Acredito muito em Deus e em milagres. Ultimamente ando meio preguiçosa. Gosto de estudar. Amo escrever. Detesto Geografia. Adoro exatas. Quero ser médica, mais especificamente, ortopedista. Não consumo nenhum tipo de bebida alcoólica, só quando a minha mãe me oferece. Nunca fiquei de paralela nem recuperação no colégio. Tenho imensa vontade de dormir nas aulas, mas não é sempre que consigo. Passo o dia sorrindo, inclusive sozinha. Prefiro abraços a beijos. Não sou muito fã de fotos. Adoro os meus amigos. Já fui muito possessiva. Sou taurina, mas acho que meu signo não tem muito a ver comigo. Não gosto de chamar muita atenção. Uso óculos. De vez em quando, pra falar a verdade. Não consigo ignorar as pessoas que não merecem minha atenção ou meu carinho. Nunca odiei ninguém em toda a minha vida. Não me apaixono fácil. Tenho mania de reler o que eu escrevo pelo menos três vezes. Detesto perder tempo no computador ou salão de beleza. Odeio banana. Adoro uva. Não como salsicha. Tenho poucos medos. Gritava as pessoas na rua e jogava bolinha de papel. Já fiz vários estilingues. Amo bolinha de gude. Adoro chiclete, não gosto de bala. Ultimamente tenho ouvido bastante Los Hermanos e Engenheiros do Hawaii. Era louca por Charlie Brown Júnior. Não tenho muito tempo livre pra atualizar meu blogger. Adoro passear de carro. Sempre durmo em ônibus. Já me machuquei feio em bicicletas. Andava de patins. Adoro contar piadas. Gosto de Jorge e Mateus. Tenho momentos extremamente sem noção. Não costumo me arrepender do que faço. Amo o Facebook. Não tenho paciência pra ver filmes. Odeio “Jogos Mortais”. Adoro comédia romântica e toda a série de Harry Potter. Não vejo seriados. Amo viajar, pra onde quer que seja. Sonho em ir pra África. Sou extremamente dramática em algumas situações. Detesto Física. Amo Química. Já fui fanática pelo Flamengo, hoje apenas torço e não acompanho todos os jogos. Perdi a minha camisa de rubro-negra. Já tive peixe, rato de laboratório, gato, cachorros, preás, cágados e ramster. Já criei uma lagartixa no meu quarto. Tenho uma cadela cega de um olho chamada Mel. Tenho muito medo de rãs, sapos e pererecas. Já fui operada. Já quebrei o braço (12 anos) e a clavícula (4 anos). Passo o dia brigando com meu irmão mais novo. Sinto muita falta dos meus amigos que estão morando fora.  Já passei o dia inteiro chorando por nada. Ninguém entende minhas ironias. Não gosto que fumem perto de mim. Não gostava da Amy Winehouse nem do Michael Jackson. Quebro todas as minhas havaianas no mesmo pé. Já andei descalça na rua. Já tomei banho de lama e de chuva. Já me afoguei na piscina. Já dormi na varanda. Amo estrelas. Adoro sol. Não gosto muito de pipoca. Não sei cozinhar quase nada. Amo suco. Adoro sorvete. Sou louca por macarrão. Não consigo olhar fixamente nos olhos de alguém. Sou hiperativa em muitos momentos. Gosto de dançar, às vezes. Não sou muito de ir a festas, nem avenida, nem clube. Adoro fazenda. Amo a palha italiana que a minha amiga faz. Gosto de fazer brigadeiro. Adoro as minhas vizinhas. Sinto muita falta do meu antigo colégio, mas não me arrependi de ter saído de lá. Não suporto pessoas escandalosas. Rio das prosas de todo mundo, por que realmente acho graça. Sou lerda para entender muitas coisas e é preciso repeti-las sempre. Passo o dia inteiro comendo, de tudo. Adoro novidade. Experimento sempre um novo sabor de Milk Shake. Não gosto do Justin Bieber, Restart, nem dos colírios da CH, mas também não desejo que eles morram. Adoro fazer cócegas nas pessoas. Choro fácil e me magôo mais fácil ainda. Adoro picolé de Tapioca com Coco. As minhas unhas me ferem quando estão muito grandes. Lavo o cabelo quase todos os dias.  Ando pulando. Caio toda hora. Derrubo tudo que pego. Tropeço a todo momento. Todo mundo sabe onde eu moro. Brigo muito com a minha mãe. Detesto falar palavrões. Já entrei no curso de inglês 2 ou 3 vezes e sempre desisto. Era louca por futebol. Sinto muita falta da minha prima que passou na faculdade e está morando em Salvador. Amo o Gabriel Silveira, o Hallisson Gomes, a Bárbara Muniz e o Raphael Vieira
"Quando dei por mim, já tinha me tornado uma pessoa fria e sem sentimento algum. Por mais que tudo em minha volta se mostrasse feliz, meu rancor era maior que qualquer coisa. Fiquei implicante, chata, mal-humorada e sem educação. Sem entender esses risos descontrolados e inúteis. Essas frases de impacto que nunca salvarão o mundo, essas pessoas que falam de amor como se fosse algo fácil e simples, pessoas que amam pessoas sem nunca terem se visto pessoalmente; amizades falsas e simplesmente por interesse. Enfim, quando dei por mim, fiquei mais critica e seletiva. Agora só desejo que o mundo me entenda; eu não escolhi ser assim, o mundo me tornou assim. Um dia quem sabe meu senso de ridículo vá embora, e eu volte a gostar do mundo como ele é."

segunda-feira, 25 de julho de 2011

(RAH)² (AH)³ + RO (MA) + RO (MA)² + (GA)² + OOH(LA)² 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

"Se faltar calor, a gente esquenta. Se ficar pequeno, a gente aumenta... E se não for possível, a gente tentaVamos velejar no mar de lama... Se faltar o vento, a gente inventa."

Que palavras te chamam a atenção? Ponha-as na prática.
Já reparou o quanto é fácil ferir as pessoas hoje em dia? As palavras perderam seus contornos mansos, delicados, singelos e cálidos. Elas são pontiagudas e duras. Cortam, corroem. Fazem as pessoas tornarem-se perversas, ruins. Incapazes, menores. Maliciosas e irônicas. Despertam um lado, aquele lado negro que todos nós tentamos esconder. Até que se torna impossível camuflá-lo entre a bondade e o amor. Por que você sofre tanto que desconhece esses sentimentos. Os olhos, antes úmidos e vermelhos, tornam-se secos e penetrantes. E ainda existem pessoas que tentam apagar tudo que fizeram, com aquele velho e clichê pedido de desculpas.